A LUA TINHA CARA
A LUA TINHA CARA Nos tempos em que eu achava que a lua tinha cara, Eu só tinha meia dúzia de anos, Achava que o mundo não era uma praga. Via nela, uns olhos, um nariz e uma boca. Ela distante, disfarçada como uma loba ao cair da noite a beber de um chafariz...o céu. O céu é o seu enorme rio Sem fim ou infinito. Azul e alegre Ela pinta-se de branco-amarelado e ilumina-se. Seu próprio brilho chega a nós...perdedores de vida e covardes de palavra. Naquele temo, era eu feliz sem o saber Observava-a e sonhava Sonho ainda mas sem me iludir. A lua tão bela, mas ninguém fala dela. Ninguém se lhe declara Ninguém a abraça como velhos amigos ou família Ninguém a vê com olhos antigos. Ninguém a analisa. Apenas a castiga. BSantos 14.07.2019